A habitação era em geral
coletiva, as chamadas ocas, estruturas de palha cobrindo um arcabouço de
madeira, dispostas em relação a um espaço cerimonial, que pode ser o centro ou
não. Em cada habitação moram muitos casais com suas famílias, que, à noite,
acendem fogueiras e dormem em redes. As ocas, entretanto, podiam assumir
variadas formas e tamanhos, e algumas tribos, como os marubo e os yanomami,
construíam apenas uma, onde residiam todas as pessoas da aldeia. Quando a
aldeia ficava próxima de inimigos, era cercada por paliçadas de troncos de
árvores. Entre as paliçadas eram cavados fossos disfarçados com ramos e folhas,
e, no fundo, eram fincadas estacas pontiagudas. Algumas tribos, como os
aimorés, não construíam aldeias. Simplesmente limpavam uma área e dormiam
debaixo das árvores, mantendo, à noite, fogueiras acesas.
Outros, como os
tucano, organizavam-se em núcleos familiares mais ou menos independentes,
estabelecendo aldeias e habitações pequenas.
Viviam da caça, da pesca e
da agricultura de subsistência, mudando periodicamente a instalação das aldeias
conforme o declínio dos recursos naturais disponíveis no entorno. O abandono de
áreas exploradas possibilitava sua recuperação natural. Como precisavam de
poucos bens materiais, e obtinham tudo diretamente de uma Natureza exuberante,
a pobreza era desconhecida no cotidiano, sempre havia o bastante para todos
viverem felizes e saudáveis, com uma cultura fortemente baseada na troca e na
distribuição equitativa de excedentes. Carências e fome só ocorriam em
situações de crise geral, como nas epidemias, que despovoavam as aldeias
desestruturando suas cadeias produtivas, ou nas secas, que afetavam
negativamente o ambiente de grandes regiões.
Tinham amplo conhecimento
da produção de bebidas fermentadas a partir de tubérculos, raízes, folhas,
sementes e frutos como o milho, mandioca, batata-doce, buriti, caju, amendoim,
banana, ananás. Deixaram forte herança na culinária brasileira, com pratos à
base de mandioca e milho, tais como a pamonha e o beiju, e também com o
guaraná, palmito, batata-doce, cará, pinhão, cacau, amendoim, caruru, serralha,
mamão, araçá e caju, embora haja dezenas de outros hoje pouco comuns ou de
conhecimento apenas regional, como o abajeru, apé, araticum, azamboa, bacaba,
bacupari, camboim, cambucá, curuanha, curuiri, guti, grumixama, guapuronga,
mocurí, mundururu, murici, ubucaba e umari. Outros vegetais introduzidos pelos
indígenas foram fibras como o algodão, o tucum, gramíneas, bambus e o guaratá
bravo para fabrico de tecidos, ornamentos e cestaria; para fazer vassouras, a
piaçava; gêneros de abóboras para produzir cabaças, usadas para armazenar água
ou farinha. Dos alimentos derivados de animais, destacam-se os de tartarugas e
seus ovos, como o arabu, o abunã, o mujanguê e o paxicá; de peixes, como a
paçoca e o moquém (também podem ser de outros animais), o piracuí, a moqueca e
a mixira.
Fontes: Brasilescola.uol.com.br / http://www.universitario.com.br/ http://www.suapesquisa.com/ http://www.terrabrasileira.com.br/ pt.wikipedia.org / http://www.museudoindio.org.br/ pt.scribd.com
/ pib.socioambiental.org/pt/c - http://www.sohistoria.com.br/
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