Os primeiros habitantes da Ilha de Cotijuba
foram os índios Tupinambás, que a batizaram com este nome. Em tupi,
Cotijuba significa "trilha dourada",
talvez uma alusão às muitas falésias que expõem a argila amarelada que compõe o
solo da ilha. A integração da ilha à cidade de Belém se iniciou em 1784, com a
comercialização do arroz cultivado no Engenho Fazendinha. Com a desativação do
engenho, a ilha passou a ser habitada, também, por famílias caboclas que
sobreviviam do extrativismo.
Em 1933, quando a criminalidade infanto-juvenil
em Belém atingiu índices alarmantes por conta da estagnação econômica regional,
após o declínio do Ciclo da Borracha, foi inaugurado, na ilha, o Educandário
Nogueira de Faria, construído para abrigar menores infratores. Durante a
ditadura militar, as instalações do educandário também abrigaram presos
políticos. Em 1945, imigrantes japoneses chegaram à ilha, ensinaram técnicas
agrícolas aos educandos e, em 1951, fundaram a Cooperativa Mista de Cotijuda
Ltda, em parceria com os agricultores locais.
Em 1968, foi construída uma penitenciária na
ilha e, por algum tempo, educandário e presídio coexistiram. Porém, logo o
educandário foi extinto e a ilha se transformou em ilha-presídio, recolhendo
condenados e presos políticos, adultos e menores, com um sistema penal violento
e arbitrário. Os menores e os presidiários construíram o sistema viário que se
mantém pouco modificado até os dias atuais. Em 1977, com a inauguração da
Penitenciária Estadual de Fernando de Guilhon, em Americano, a Colônia Penal de
Cotijuba foi, definitivamente, desativada.
O estigma de ilha-presídio povoou o imaginário
da sociedade paraense, mantendo-a à distância. A Constituição Brasileira de 1988
transferiu Cotijuba ao domínio municipal de Belém, quando houve o despertamento
do interesse de veranistas atraídos pela riqueza da sua biodiversidade e pela
sua proximidade da capital paraense. Em 1990, através de Lei Municipal, a Ilha
de Cotijuba foi transformada em Área de Proteção Ambiental, fato que obriga a
preservação das suas ricas fauna e flora e proibe a circulação de veículos
motorizados, exceto os de segurança e saúde. Segundo os moradores de Cotijuba,
em 2005, faleceu o último "preso" da ilha e, com ele, foi enterrado todo o
sofrimento que já existiu por ali. Hoje, Cotijuba é um patrimônio a ser
visitado, preservado e valorizado pela humanidade. É uma ilha cheia de Amazônia
e de Amazônidas.
Praias de Cotijuba
A Ilha de Cotijuba possui quinze quilômetros de
litoral e suas praias são pouco exploradas. As praias que são banhadas pela Baía
do Marajó (ficam de frente para a Ilha de Marajó) são as preferidas para banho.
A mais famosa é a Praia do Vai-quem-quer, por ser a maior e ser pouco
freqüentada. O Vai-quem-quer fica a 9 quilômetros do porto da ilha e possui
infraestrutura simples, com pousadas rústicas e bares que servem comida caseira.
A Praia do Farol, ideal para família com crianças, é a que possui a maior
estrutura para hospedagem de turistas, com um total de oito pousadas e mais de
oitenta suites (com ventilador, com ventilador e TV, com ar condicionado, TV e
frigobar, etc). No Farol, há diferentes tipos de bares e restaurentes, com
músicas também variadas: saudade, pagode, forró e bregga. Nos feriados
prolongados, há programação nas pousadas e na praia com música ao vivo, baile de
saudade, luau, etc.
Caso o visitante queira mais tranqüilidade, a
15 minutos de caminhada do Farol estão as desertas praias do Amor e da Saudade.
A Praia Funda é formada por uma linda enseada e é pouco freqüentada. Seu nome se
deve ao fato de possuir um terreno íngreme, que torna a praia profunda a poucos
passos da beira. As outras praias que ficam de frente para a Baía do Marajó são
a Praia da Pedra Branca e Flexeira. As outras praias conhecidas da ilha são a do
Cravo e do Cemitério.
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