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Laboratório garante qualidade no setor

Apesar dos números positivos na economia paraense, o Sistema Fiepa, por meio do Senai-Pa (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), quer fomentar e desenvolver ainda mais as ações no setor da cerâmica paraense. Por isso, em 2011, a instituição criou o Laboratório de Cerâmica Vermelha no município de São Miguel do Guamá, nordeste paraense. O laboratório é o único da região Norte do Brasil e atende empresas do oeste, sul e nordeste do Pará, como o próprio município de São Miguel do Guamá, que desponta como um dos principais polos produtores de cerâmica na região Norte. O município concentra 49 indústrias, sendo responsável pela produção de 50 milhões de peças de cerâmica por mês. O objetivo do laboratório, que fica dentro da unidade do Senai, é ajudar as empresas na certificação da qualidade dos produtos – da matéria-prima até dimensões das peças produzidas – fazendo com que o fabricante garanta um produto melhor e tenha maior controle no processo de produção, seguindo as normas estabelecidas pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).
‘O laboratório é o único do Norte e foi criado por meio de uma parceria com o Sindicato das Indústrias Cerâmicas de São Miguel do Guamá. Os trabalhadores vieram até o Senai e sentiram a necessidade de melhorar a atividade cerâmica por lá. A união dos trabalhadores foi tão forte que eles cederam o local onde a unidade foi construída e também ergueram as primeiras paredes da obra’, destaca Dário Lemos, diretor regional em exercício do Senai-Pa. A criação do laboratório foi apenas um dos investimentos do órgão na região, já que a unidade também disponibiliza cursos de informática, mecânica e construção civil para os moradores. ‘Não só a indústria cerâmica foi beneficiada com isso, mas outros setores econômicos também’, completa o diretor.
Atualmente, 46 indústrias de cerâmica já testam seus produtos acabados como telhas, tijolos e tubos no laboratório. O Senai entra em contato com essas empresas e as mesmas enviam a demanda para o laboratório, que realiza os testes sob o mais rigoroso sigilo. ‘Desde a criação do laboratório, mais de 40 empresas já aderiram à certificação do PSQ (Programa Setorial de Qualidade), que tem por objetivo melhorar as indústrias e divulgar as empresas que estão produzindo seguindo as normas da ABNT’, conta. O município de Santarém, no oeste paraense, também deve receber em outubro deste ano outro laboratório de cerâmica vermelha do Senai, com equipamentos ainda mais modernos. A ideia também é potencializar o crescimento do setor na região, que conta com mais de 40 indústrias de cerâmica cadastradas na Fiepa. ‘A exemplo do que aconteceu em São Miguel do Guamá, em Santarém esperamos os mesmos resultados. Todas as empresas vão ser beneficiadas e devem oferecer produtos com mais qualidade para o mercado. Esse é o papel do Senai na contribuição para o desenvolvimento da indústria forte no Pará’, conclui.
fieam.org.br
Na prática, em laboratório as peças passam por testes para avaliar a estrutura e as dimensões, por exemplo. Isso ajuda a corrigir as falhas no processo produtivo nas fábricas e evita disperdícios. No final, as empresas recebem um relatório sobre a qualidade das peças. ’Controlando o produto através de ensaios contínuos, o empresário pode controlar perdas e retrabalhos, com isso vem a economia de matéria-prima e o menor desgaste dos equipamentos’, enfatiza Humberto José Macias, coordenador do laboratório. Ainda segundo ele, as empresas que não investem na melhoria das peças acabam prejudicando os consumidores finais. ‘O produto em não conformidade com as normas e sem controle implica em perdas para o consumidor, aumentando o consumo em torno de 20% a 30%. Além disso, incide em gastos na obra, como colocação de peças de reposição, consumo de cimento e areia, entre outros’, observa.
De acordo com Antônio Aécio Miranda Lima, presidente do Sindicer (Sindicato das Indústrias Cerâmicas de São Miguel do Guamá), a instalação do laboratório no município ajudou as indústrias não só a oferecerem produtos com mais qualidade, mas contribuiu também para o fortalecimento da mão-de-obra nas empresas. ‘Através da escola do Senai, a indústria da cerâmica também ganhou em termos de qualidade, porque a escola oferece cursos de informática, mecânica e elétrica, além de disponibilizar o laboratório. Mudou da água para o vinho’, explica o sindicalista, ressaltando que atualmente o sindicato tem 50 empresas cadastradas no município e 35 fábricas associadas. Ainda de acordo com Antônio, as indústrias cerâmicas de São Miguel do Guamá vivem um bom momento econômico. ‘A nossa indústria está bem aquecida e deu uma grande alavancada, mas ainda concorremos com os materiais feitos de cimento. Então, por causa disso, estamos procurando saídas viáveis economicamente, como melhor aproveitamento dos resíduos e utilizando outras saídas como o caroço de açaí, que serve como matéria-prima. A indústria da cerâmica vermelha também é a mais viável ecologicamente’, completa ele, destacando que as empresas conseguem escoar 90% da produção mensal.

www.fieam.org.br

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