INFORMATIVO

COMO O TURISMO DE BASE COMUNITÁRIA PODE TRANSFORMAR A AMAZÔNIA


Barco do Projeto Saúde & Alegria na Ponta do Icuxi, no Rio Arapiuns. Foto: Gustavo Albano
Projeto no Pará leva turistas para conhecer comunidades tradicionais da Amazônia – Por Gustavo Albano

A maior parte das atrações de todo o país envolvem diferentes parques naturais, reservas ecológicas e áreas verdes. Algumas delas habitadas por vilas de pescadores, quilombos, pequenas cidades ou comunidades. No cenário mundial, o Brasil é uma das principais potências para o ecoturismo e cada vez mais as entidades e empresas do setor pensam sobre alternativas para reduzir os impactos ambientais nessas regiões, trabalhando na preservação desses lugares com projetos que buscam um desenvolvimento mais sustentável com geração de renda para as comunidades. Que o turismo é uma das poucas indústrias que preza pela conservação de riquezas naturais e socioculturais, pois essa é base primordial do seu negócio, não é novidade. Mas qual é a real preocupação quando o assunto é a maior floresta tropical do mundo?
Praias de rio e bancos de areia formam o cenário da comunidade de Anã, no oeste do Pará. Foto: Gustavo Albano
Iniciativas inovadoras vem mudando esse quadro e aos poucos provam que esse é o melhor caminho. No oeste do Pará, com sede no município de Santarém, o Projeto Saúde & Alegria – PSA é uma instituição que desenvolve soluções criativas para promover a educação e outras mobilizações sociais em comunidades tradicionais do norte do Brasil. A ideia do projeto é implantar soluções práticas buscando o empoderamento autônomo dessas comunidades em longo prazo. Um dos programas idealizados pelo projeto em conjunto com comunidades ribeirinhas do Pará, trabalha formatos criativos de turismo de base comunitária na Amazônia. 

Produção de cestarias e artesanatos. Foto: TURIARTE / Divulgação
O programa que começou como uma ideia para gerar renda na reserva Tapajós-Arapiuns, tomou corpo com a união da comunidade como atores engajados em criar a parceria e receber os turistas em uma vivência aprofundada, mostrando um pouco da rotina e cultura ribeirinha, além de apresentar as belezas paradisíacas da reserva. Hoje, praticamente 10 anos depois, o programa funciona de maneira autônoma e é administrado inteiramente pelos comunitários da região, através de uma cooperativa que foi criada para atender esse formato de economia colaborativa.

A TURIARTE – Cooperativa de Turismo e Artesanato da Floresta funciona como um articulador direto na promoção do turismo local, trabalhando diretamente ou em conjunto com agências de viagens na elaboração de roteiros em grupos ou individuais, oferecendo um turismo de vivência em comunidades do rio Arapiuns. Até hoje o programa ainda conta com o suporte do PSA como um dos principais agentes nesse trabalho.

Anã é uma das simpáticas comunidades que fazem parte da reserva e conta com cerca de 100 famílias ribeirinhas que vivem e sobrevivem dos recursos da floresta. Como forma de gerar renda e trabalhos na região, pensando sempre em manter a floresta em pé, foi criado um roteiro turístico que proporciona uma vivência inesquecível para visitantes que querem conhecer uma comunidade tradicional da Amazônia. A viagem começa partindo de Alter do Chão, vila cercada de praias paradisíacas em Santarém. Desde 2013 o programa também disponibilizou duas pousadas comunitárias para receber esses visitantes no rio Arapiuns, que podem escolher a hospedagem na pousada ou em casa de nativos, perfeito para quem quer uma experiência diferente e um maior contato com os locais.

No turismo de base comunitária a principal atração, além das belezas naturais, é o convívio com os nativos e o intercâmbio cultural proporcionado nessa relação. Eles adoram receber os turistas e fazem tudo para que os visitantes se sintam em casa. Conversam sobre o dia a dia na comunidade, falam das curiosidades e contam histórias. São, em sua maioria, pessoas muito simples, mas cheias de afeto e ficam realmente felizes em mostrar um pouco do lugar para os forasteiros que visitam a comunidade.


Além de administrar a pousada, os próprios nativos trabalham como guias turísticos e auxiliam na recepção dos visitantes. Nesse aspecto o turismo é utilizado como uma cadeia de trabalho a mais, possibilitando maneiras sustentáveis de renda direta e indiretamente, criando perspectivas diferentes para a comunidade, sem esquecer de preservar a floresta. Outros projetos também fazem parte do programa, como a criação de peixes em tanque, produção de farinha, comercialização de artesanatos e a produção de mel da abelha sem ferrão, uma das curiosidades locais. Conheça mais desse trabalho, confira o vídeo:

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