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ALTER DO CHÃO: CONHEÇA O CARIBE BRASILEIRO QUE ATRAI E ENCANTA MILHÕES E A FESTA DO SAIRÉ

Localizada no município de Santarém, região oeste do Pará, distante cerca de 850 quilômetros da capital do estado, Belém, nosso destino de hoje é a encantadora e acolhedora vila de Alter do Chão.
Praias, sol, tranquilidade, não é à toa que nosso destino foi escolhido pelo jornal britânico "The Guardian" como a praia de água doce mais bonita do mundo. Nosso "Caribe" brasileiro é um lugar simples e encantador e, está entre os roteiros mais procurados do turismo brasileiro.
Para chegar ao município de Santarém só existem dois meios: avião ou, uma deliciosa viagem, de três dias, pelas águas do rio Tapajós.
Importante polo turístico da região, Alter do Chão é um verdadeiro refúgio para quem gosta de tranquilidade e desfrutar das belezas existentes na região amazônica.
Em Alter do Chão, quando as águas do rio Tapajós baixam, surge uma faixa de terra no mesmo, formando uma barrada, chamada pelos moradores de "Ilha do Amor". O cenário infelizmente dura pouco e, só podemos desfrutá-lo de setembro, quando acontece o famoso Festival do Sairé, a fevereiro, pois, na cheia do rio, ele desaparece.
imagens da internet
Na ilha só há um jeito de chegar, pegando um barquinho conhecido por "catraias". A travessia é paga e dura em média cinco minutos. O local dispõe de dezenas de barracas rústicas, onde o principal pedido é o Tambaqui assado na brasa, mas tem também o Tucunaré e o famoso bolinho de piracuí. Pratos altamente requisitados e deliciosos, garantia dos comerciantes locai.
Outra pedida é a praia "Ponta do Cururu", onde só da para chegar nesse refúgio de botos, através de lanchas ou barcos. Uma atração encantadora e bastante divertida, principalmente para quem conhece a lenda do Boto e não tem medo de acabar se apaixonando por ele.
Mas quem pensa que Alter do Chão só possui praia como opção de lazer está muito enganado. Para àqueles que têm disposição e um bom preparo físico, a caminhada é a pedida certa. São cerca de quatro quilômetros de trilha no meio da mata, sempre acompanhada pelos guias, cerca de 350 metros de subida, onde o cansaço, acredite, é recompensado pelo belíssimo cenário visto lá do alto.
Alter do Chão não encanta e atrai turista apenas pelas belíssimas praias e por sua tranquilidade. No local também acontece, sempre no mês de setembro, o famoso "Festival do Sairé".
A festa é a mais antiga manifestação da cultura popular da Amazônia e acontece a mais de 300 anos, preservando sempre o seu simbolismo e essência. Até meados do século passado, o Sairé tinha significado puramente religioso. Hoje, a comemoração une o sagrado e o profano.

O símbolo do Sairé é um semicírculo, de cipó torcido, envolvido por algodão, flores e fitas coloridas. No centro do semicírculo estão três cruzes e no topo outra, onde juntas representam o mistério da Santíssima Trindade e no topo um só Deus.
O estandarte segue à frente da procissão, carregado por uma mulher, que na tradição é chamada da Sairapora. Nos dias de Sairé, ele é fincado na areia da ilha que se forma no período da seca na principal praia de Alter do Chão, certamente repetindo o que faziam os índios para saudar os portugueses.
O Sairé festejado sempre no mês de setembro com um ritual religioso, durante o dia e, à noite, é realizado as ladainhas e rezas. Depois, vem à parte profana da festa, com shows artísticos e apresentações de danças típicas e pelo confronto dos botos Tucuxi e Cor de Rosa, um dos momentos mais aguardados da festa.
Ao longo dos anos, o Sairé foi ganhando novos contornos e outros valores folclóricos. Carimbó, puxirum, lundu, camelu, desfeiteira, valsa da ponta do lenço, marambiré, quadrilha, cruzador tupi, macucauá, cecuiara e outras danças marcam a riqueza de ritmos e a cultura do evento.

Os elementos religiosos e profanos caminham lado a lado. Ela começa no hasteamento de dois mastros enfeitados, seguido de ritual religioso e danças folclóricas desempenhadas pelos moradores da vila. No último dia, sempre uma segunda-feira, ocorrem a “varrição da festa”, a derrubada dos mastros, o marabaixo, a quebra-macaxeira e a “cecuiara”, uma espécie de almoço para confraternizar com as pessoas envolvidas no evento. A programação termina com a festa dos barraqueiros.
Da gosto de falar de um lugar tão cheio de encantos e histórias, emociona mostrar nossas belezas naturais principalmente quando a gente tem a certeza que após todos esses passeios e fim de festa, Alter do Chão ainda nos presenteia, com um belíssimo pôr do sol.
Por Kátia Vieira.




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