Como implementar um conceito de sustentabilidade urbana em comunidades carentes? Como tentar que políticos
acostumados com métodos clientelistas e assistencialistas de fazer política
podem se interessar e arcar com possíveis ônus políticos da implantação de
programas que visem criar a mentalidade de convívio sustentável com o meio ambiente em
que vivem?
Em comunidades estabelecidas há muito
tempo e que haja uma preponderância de tradições e maneiras “definitivas” de
agir em relação à maneira como as pessoas interagem com o meio ambiente
em que vivem, as tentativas de se implantar uma “nova mentalidade” e uma nova
forma de encarar os desafios do dia a dia; podem provocar dissabores e uma
certa resistência por parte das pessoas que ali vivem e agem de uma mesma forma
há gerações.
Por isso mesmo, implantar novas
formas de agir e de entender o meio ambiente que os cerca, mesmo em comunidades
urbanas, pode ser uma tarefa inglória e que represente a criação de um “passivo
de imagem” significativo. E, infelizmente, nossos políticos tendem a encarar
esse problema de forma definitiva e abandonam as tentativas de implementarem
essas políticas de sustentabilidade urbana ao menor protesto ou desconforto criados por
essas comunidades.
A possibilidade de um prejuízo
pessoal imediato e da possível carga que o ônus dessa rejeição possa
representar para suas carreiras políticas pode influir negativamente no empenho
e na implantação “a contento” dessas sistemáticas. Infelizmente, esse abandono
pode condenar definitivamente aquela comunidade a uma vida de sofrimentos e de
privações causadas pelas conseqüências dos danos provocados por ela mesma ao
meio ambiente em que vivem.
Despejos de esgoto “in natura”
através de ligações clandestinas nas galerias de águas pluviais; despejo
de lixo e de móveis e entulhos em rios e lagoas e o desmatamento de
encostas para a ampliação de favelas; podem ser citados como os problemas mais
comuns que essas comunidades provocam e que, diretamente, afetarão a elas
mesmas num prazo muito curto de tempo. Poluição dos
rios, lagoas e mananciais de onde provém à água que os abastece. Além do
comprometimento dos lençóis d’água que abastecem os poços e disseminam um
número elevado de doenças; proliferação de insetos e roedores de forma
descontrolada e ameaçando a integridade de crianças e idosos; enchentes
provocadas pelo assoreamento de canais e rios que inundam as casas e arrastam
bens e pertences conseguidos a duras penas.
Essas “catástrofes” poderiam ser
simplesmente evitadas se a população fosse corretamente orientada e fosse capaz
de entender a real importância dos conceitos de sustentabilidade urbana em
relação ao ambiente em que vivem. Coibir que políticos inescrupulosos optem por
abandonar essas comunidades a sua própria sorte como forma de garantirem uma
“boa situação eleitoral”; deve ser responsabilidade do eleitorado consciente e
das autoridades responsáveis pela vigilância das “regras do jogo” da política.
Assim, criar uma mentalidade em que
as pessoas entendam a real importância da sustentabilidade urbana e que meio
ambiente não quer dizer só florestas, mares e montanhas; pode significar a
salvação de muitas vidas inocentes e proporcionar uma melhor qualidade de vida
para um grande número de pessoas que vivem hoje nas grandes cidades ao redor do
mundo
Fonte: www.atitudessustentaveis.com.br
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