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COMO VIVEM OS ÍNDIOS KARAJÁ

O povo indígena Iny, conhecido como Karajá habita tradicionalmente a região do Rio Araguaia, localizada entre os estados de Goiás, Tocantins e Mato Grosso. Especialistas na pesca e hábeis canoeiros, os Karajá tiveram muito contato com a sociedade brasileira, o que os levaram a incorporar a língua portuguesa e questões econômicas. No entanto, esses indígenas ainda preservam seus aspectos culturais e reivindicam seus direitos territoriais.
No estado de Mato Grosso os Karajá habitam os municípios de São Félix do Araguaia, Luciara e Santa Terezinha. O Projeto Interagir, patrocinado pela Petrobras através do Programa Petrobras Socioambiental, trabalha com a união dos Karajá, Tapirapé e agricultores familiares não-índios para a restauração de áreas degradadas com técnicas agroflorestais.


Conheça seis fatos curiosos sobre o povo que maneja habilmente os recursos do Araguaia desde tempos remotos:
1 – O Rio Araguaia
Os Karajá ainda vivem próximos a margem do Rio Araguaia pois de acordo com sua mitologia, a humanidade veio das águas. A crença diz que eles eram uma aldeia que vivia no fundo do rio, onde formavam a comunidade dos “Berahatxi Mahadu”, ou povo do fundo das águas. Atraídos pelas praias e riquezas da superfície, que também apresentava grande espaço para morar e correr, os Karajá passaram a viver na terra. Além da questão mitológica, o povo Karajá respeita o Araguaia por depender dele para seu sustento, pois vivem da pesca e do cultivo.
2 – Família
 Com uma divisão social de gênero bem definida, os homens Karajá exercem a responsabilidade de defender o território, abrir as roças, pescar e caçar, formalizar discussões políticas e conduzir rituais, uma vez que eles estão ligados simbolicamente com a categoria dos mortos. Já as mulheres são encarregadas da educação dos filhos, afazeres domésticos, colher os produtos da roça e pela confecção das bonecas de cerâmica. Nos rituais, elas são as responsáveis pelo preparo dos alimentos e pelas pinturas corporais. Os Karajá são monogâmicos, ao se casar o homem muda para a casa da mulher e ambos devem tradicionalmente, constituir uma grande família.
3 – Língua
A família Karajá, pertencente ao tronco linguístico Macro-Jê, se divide em três línguas: Karajá, Javaé e Xambioá (“povo de cima”, “povo do meio” e “povo de baixo”, respectivamente). Curiosamente, existem palavras apenas faladas por homens e outras apenas por mulheres, como por exemplo, a boneca de cerâmica é ritxòò na linguagem dos homens e ritxoko na linguagem das mulheres. Apesar de nos parecer confuso, todos se entendem. Hoje em dia o português é língua dominante entre eles.
4 – Pintura corporal
Como descrito anteriormente, as mulheres são as responsáveis pelas pinturas corporais, que diferenciam-se de acordo com a idade e sexo. Feitas de jenipapo, fuligem de carvão ou urucum, o padrão das pinturas geralmente são listras e faixas pretas nas pernas e nos braços. As mãos, os pés e as faces recebem pequeno número de padrões representativos da natureza, de modo especial, a fauna.
5 – Omarura – rito de passagem
Na puberdade, os jovens Karajá são submetidos a omarura, uma marca representativa do rito de passagem feita antigamente a partir de um corte em círculo na face com um dente do peixe-cachorra e depois acrescentado jenipapo, se tornando permanente.
6 – Bonecas de cerâmica
Exclusivamente confeccionada pelas mulheres, as bonecas são feitas de argila e podem ter estrutura zoomórfica ou antropomórfica. Bastante difundidas e hoje em dia um meio de subsistência, podendo até mesmo ser encontradas em lojas de artesanatos, as bonecas Karajá foram reconhecidas oficialmente como patrimônio cultural imaterial brasileiro pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

Fonte: Povos Indígenas do Brasil (ISA)

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