INFORMATIVO

CERÂMICA E ARTESANATO DA AMAZÔNIA

Imagens humanas - ESTATUETAS


Caracterizadas por seus atributos femininos, como seios, triângulos ou retângulos pubianos e pela diversidade de decoração, de tamanho e de forma, alguns exemplares das efígies Marajoara apresentam forma fálica, obtendo uma espécie de síntese entre as características dos sexos feminino e masculino num mesmo objeto. Muitas delas também parecem ter sido usadas como instrumentos musicais como “maracás”, provavelmente em rituais, pois são ocas e possuem pedrinhas em seu interior produzindo sons, quando sacudidas (SCHAAN, 2001).
As estatuetas reproduzem as formas humanas de maneira estilizada e despertam interesses sobre a sua finalidade. Por serem sempre encontradas em aterros-cemitérios, pode-se inferir que estas teriam uma função cerimonial. Segundo Schaan (2005), às imagens portáteis são atribuídas funções de veículos para a encarnação de espíritos durante cerimônias.
A postura das estatuetas Marajoara, quase sempre acocorada, sugere à posição de parto das índias das sociedades amazônicas (BARRETO, 2004).

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Estatueta antropomorfa com motivo decorativo em pintura vermelha e preta sobre branco. Desenhos que sugerem serpentes em volta do corpo e olhos em formato de escorpião. O suporte tem formato falomorfo e indicações de atributos femininos, seios e região pubiana em destaque.
Medidas: Altura: 21,5 cm Largura: 13,1 cm Profundidade: 9,1 cm

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Estatueta antropomorfa. Decoração em excisões sobre vermelho. Relevo em
formato de olhos, boca e nariz. Medidas: Altura: 14 cm de altura
Largura: 8,5 cm - Diâmetro Boca: 3,5 cm Base: 5,5 cm

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Estatueta antropomorfa. Decoração em excisões sobre vermelho. Relevo em formato de olhos, boca e nariz. Medidas: Altura: 14 cm de altura Largura: 8,5 cm
Diâmetro Boca: 3,5 cm Base: 5,5 cm

Utensílios para festas

Vários utensílios com formas utilitárias são objetos cerâmicos com elaborada decoração que costumavam ser usados em funerais e em ritos de passagem pela sociedade Marajoara. Pratos, tigelas e vasos têm seu uso associado ao preparo dos alimentos, e para servi-los durante cerimônias. A grande quantidade desses objetos encontrada em sítios arqueológicos, sugere que as festas congregavam um grande número de pessoas, possivelmente oriundas de outros lugares.

Os inaladores são manifestações da sociedade Marajoara que podem estar relacionadas ao uso do tabaco ou de substâncias alucinógenas usadas durante as festas.
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Prato com dois motivos decorativos na parte interna em vermelho sobre branco e apêndice.
Medidas: Altura: 4 cm Diâmetro 19,5 cm
Alguidar com motivo vermelho sobre engobo branco na parte interna e externa.
Altura: 6,5 cm Borda: 28,5 cm


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Tigela com motivo decorativo em preto sobre branco na parte interna e na borda externa. Na base externa vermelho sobre branco. Medidas: Altura: 11,8 cm Diâmetro Borda: 26,6 cm
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Arte Marajoara/ Cerâmica Marajoara 

A Cerâmica Marajoara tem origem com os índios da Ilha de Marajó é considerada a mais antiga arte cerâmica do Brasil e uma das mais antigas das Américas.
Marajó é a maior ilha fluvial do mundo, cercada pelos rios Amazonas e Tocantins, e pelo Oceano Atlântico. Localiza-se no estado do Pará-PA, região norte do Brasil. Os índios da ilha do Marajó faziam peças modelando o barro manualmente, com a técnica das cobrinhas, sem o uso de torno de oleiros. Faziam peças como : vasilhas, potes, urnas funerárias, apitos, chocalhos, machados, bonecas de criança, cachimbos, estatuetas, porta-veneno para as flechas, tangas (tapa-sexo usado para cobrir as genitália das moças) – talvez as únicas, não só na América mas em todo o mundo, feitas de cerâmica. Para aumentar a resistência do barro eram misturadas substâncias-minerais ou vegetais: cinzas de cascas de árvores e de ossos, pó de pedra e concha e o cauixi, uma esponja que recobre a raiz de árvores.
As peças eram depois de queimadas, em fornos de buraco ou em fogueira a céu aberto, recebiam uma espécie de verniz obtido do breu do jutaí, material que dava um acabamento lustroso as peças produzidas.
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A coloração era obtida com o uso do barro em estado líquido e com pigmentos de origem vegetal. Para o tom vermelho usavam o urucum, para o branco o caulim, para o preto o jenipapo, além do carvão e da fuligem.

A cerâmica marajoara pode ser conhecida por meio das grandes coleções do Museu Emílio Goeldi, em Belém; Museu Nacional, no Rio de Janeiro; Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo - MAE/USP, em São Paulo; além de museus fora do Brasil, como o American Museum of Natural History, em Nova York, e o Barbier - Mueller, em Genebra.

Hoje em dia o mais importante centro produtor e divulgador da cerâmica marajoara e indígena no estado do Pará encontra-se em Icoaraci, no bairro do Paracuri, onde se concentram cerca de 90% da comunidade de ceramistas. São inúmeras oficinas e olarias, alinhadas uma ao lado da outra, por toda a extensão do bairro. No distrito e arredores existem grandes quantidades e variedades de argila em cores e texturas diferenciadas, o que provavelmente, explica a milenar tradição da cerâmica local. Uma tradição que, aliás, se reporta, em alguns aspectos, à cultura indígena, que, na origem, se transmitia de mãe para filha e, contemporaneamente, é passada de pai para filho.
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Os artesãos usam o barro colhido nas margens dos igarapés da região, modelam à mão ou em tornos de pé, e queimam em rústicos fornos a lenha.

Em Icoaraci existem dezenas de artesões fabricando peças que são vendidas para o mercado interno e externo. Um dos principais locais de comercialização da cerâmica marajoara é a COARTI- Cooperativa dos Artesãos de Icoaraci, localizada na rua Padre Júlio Maria, próximo à Praça da Matriz. Em Belém podem ser encontradas em diversas lojas da Av Pres Vargas. Pela internet podem ser adquiridas peças através do site: http://www.icoaraci.com.br.

A CERÂMICA
É na cerâmica que se encontra o maior tesouro da cultura amazônica. em seus traços a herança de toda uma civilização e hoje é admirada nos quatro cantos do mundo. Os estilos podem ser variados; marajoara, maracá, tapajônico, paracuri, mas a beleza é única. Não perca a oportunidade de visitar uma olaria e ver de perto o magnífico trabalho destes artesãos.
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O processo começa com a retirada do barro cru, encontrado nos mangues. Os "tiradores" de barro, como são chamados, utilizam pequenos barcos feitos de tronco para o transporte da matéria-prima até os pequenos armazéns nas margens dos igarapés. Lá é feita a primeira limpeza e o beneficiamento. O barro é vendido em bolas, de peso mais ou menos uniforme. Começa, então, o trabalho do artesão propriamente dito. Assim que chega na olaria a argila é limpa novamente com fios de cobre. Depois é amassada manualmente até que se obtenha uma consistência uniforme na massa. Só depois de um paciente trabalho de preparação é que o artesão põe sua "távola" giratória para funcionar. Este é um dos mais importantes instrumentos do ceramista. É aí que o artesão começa a dar forma às peças.
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Algumas exigem emendas, devido à sua forma. Outras trazem figuras em relevo que são moldadas isoladamente e depois unidas ao conjunto ainda úmido. Já em sua forma definitiva, a peça sofre um processo de pré-endurecimento, com a secagem natural. Nessa fase a peça é tingida com uma mistura de corantes naturais, de um vermelho "piçarra" ou bege bem claro. Algumas são deixadas na cor natural do barro. Depois disso a peça é polida com uma semente para ganhar brilho natural. Sobre essa base é feito o trabalho de gravação, com estiletes ou desenho com pincel. Os motivos são os mais diversos. Vale destacar que grande parte desta produção é representada por cópias fiéis de importantes originais da cerâmica marajoara ou tapajônica, que fazem parte do acervo do Museu Paraense Emílio Goeldi, em Belém. Depois do processo natural de envelhecimento algumas peças parecem autênticos achados arqueológicos. Em seguida o cozimento é feito em rústicos fornos de barro, onde as peças são colocadas sobre um estrado e cobertas com pedaços imprestáveis de outras peças quebradas. Com isso se obtém a vedação térmica desejada. Só depois de todo esse processo é que a peça está pronta para a venda.

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