A contribuição mais importante que o Brasil pode dar para
o combate ao aquecimento global é a redução do desmatamento da maior floresta
tropical do mundo – a Amazônica
Por Martha San Juan França - Guia do Estudante - Atualidades e Vestibular 2009
Apesar de ter um grande parque industrial, a
matriz energética brasileira é constituída principalmente pelas hidrelétricas e
não contribui significativamente para o efeito estufa. O desmatamento, contudo,
é responsável por cerca de 75% de 1 bilhão de toneladas de gás carbônico
emitidas. Desse total, 59% são provenientes da Amazônia.
O problema é que, em vez de diminuir o ritmo de derrubada de árvores, como ocorreu de 2004 a 2007, a tendência agora é de aumento. O desmatamento acumulado durante nove meses – de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) – de agosto de 2007 a abril de 2008, foi de 5.850 km2, um aumento de 15% comparado a 4.974 km2 entre agosto de 2006 e julho de 2007 – período pelo qual se calcula a taxa anual de destruição da floresta. Além de contribuir para o aquecimento global, o desmatamento da Amazônia traz conseqüências para o regime de chuvas do continente. Com a floresta modifi cada, podem ocorrer mudanças nas estações chuvosas de várias regiões, prejudicando a agricultura e o fornecimento de água para energia.
Tem-se como certo que a destruição da floresta vai aumentar à medida que os preços das commodities agrícolas, como carne e soja, se tornam mais atraentes no mercado internacional e se aproxima a temporada de seca na floresta. No início do ano, a ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, alertava que seria muito difícil manter o ritmo de queda nos índices. Propunha então um novo tipo de ocupação da floresta, que não destruísse a mata, e a criação de uma barreira de reservas que impedisse o avanço da ocupação. Mas o governo vê-se pressionado por interesses econômicos acelerar a exploração da região.
Na reunião mundial de Bali, em 2007, o governo brasileiro se propôs a criar um fundo, formado por doações de países e empresas, para aumentar os recursos de combate ao desmatamento sempre que o país conseguisse reduzir a taxa de perda de floresta abaixo de um patamar de 19.500 km2 (média do desmatamento na Amazônia entre 1996 e 2005).
Mas nos últimos meses o desmatamento voltou a crescer, e a Amazônia é uma preocupação mundial. Segundo o relatório Stern (análise feita pelo governo inglês para definir quanto custa reduzir o efeito estufa), conter o desmatamento é a forma mais barata e eficiente de enfrentar a situação. Basta cerca de 80 milhões de dólares, uma conta relativamente baixa se for paga por todo o mundo, afirma o jornal inglês The Independent. Em contrapartida, afirma a publicação, o mundo não pode deixar que os brasileiros percam a floresta, uma vez que sua conservação é muito importante para o planeta.
Fonte: http://planetasustentavel.abril.com.br
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