Não são apenas os “caras-pálidas” que apreciam o artesanato feito
por artistas indígenas da Amazônia. Entre os principais consumidores de
artefatos, biojoias e ornamentos expostos no estande da SUFRAMA, instalado no
Sétimo Salão do Artesanato, em Brasília, estão os próprios índios, de etnias
como Pataxó, Bororo e Fulni-ô (antes conhecidos como carijó). Até o terceiro dia
de evento, eles compraram mais de 500 peças como zarabatanas, máscaras rituais e
colares.
A feira de artesanato, sediada no Pavilhão de Exposições do
Parque da Cidade (ExpoBrasília), começou dia 5 e vai até o dia 9. Na
quinta-feira 6, segundo dia do evento, representantes de uma comunidade de
pataxós visitaram o estande da autarquia federal e gostaram do que viram. “Eles
pagaram R$ 1,5 mil por 120 peças. Principalmente zarabatana e máscaras e
entalhes de madeiras”, detalha a presidente da Associart, Marileide Araújo. A
zarabatana é uma arma que consiste num tubo originalmente de madeira (caule oco)
pelo qual são soprados pequenos dardos ou setas. Tanto a arma quanto os outros
enfeites foram feitos por índios Barés ou ribeirinhos que moram perto do lago do
Janauari, conta Marileide.
Outro negócio fechado com indígenas no estande da SUFRAMA foi a
encomenda feita pelos bororos. “Eles adquiriram por cerca de R$ 1 mil entre 150
a 200 peças como sapos de madeira, piranhas e colares de morototó”, relata
Marileide, acrescentando que as peças foram elaboradas por artistas da etnia
Saterê-maué, que moram em áreas dos municípios amazonenses como Barreirinha,
Santa Izabel do Rio Negro e São Gabriel da Cachoeira. O colar de morototó, frisa
a presidente da Associart, é muito valorizada por ser rara, ela dá em apenas
três meses do ano e em regiões específicas da Amazônia.
Já o cacique Batique, líder de uma comunidade Fulni-ô, localizada
em Taguatinga (DF) comprou mais de R$ 800 em enfeites e ornamentos. “A maior
parte dessas peças de artesanatos feitos por indígenas da Amazônia são compradas
para ser revendidas para turistas”, explica Marileide, frisando que os índios
informam que são peças feitas por “parentes” da Amazônia.
Segundo a presidente, a Associart trabalha com mais de 250
artesãos, sendo 150 deles indígenas de etnias como Tikuna, Tukano e Saterê-maué.
A Amazônia Empório Sustentável também tem, entre seus fornecedores, artistas das
etnias Apurinã e Waimiri-atroari. “Trabalho assim: pego alguns produtos já
prontos como colares, desmancho-os, pego outros produtos, misturo e monto dando
origem a outros objetos originais”, explica a empresária Flor da Silva.
Com apoio da SUFRAMA, sete micros e pequenas empresas estão na
capital federal expondo seus produtos e viabilizando potenciais parcerias de
negócios em um estande de 35 metros quadrados, localizado em frente ao palco
principal. Na edição deste ano da feira participam as empresas Amazon Doces,
Pronatus do Amazonas, Ômegas da Amazônia, Arecaceae Biojóias, Associart,
Amazônia Empório Sustentável e Beleza da Floresta Top.
O Salão do Artesanato em 2014 tem a participação de 20 Estados
brasileiros e do Distrito Federal: Acre, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo,
Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco,
Piauí, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe,
Tocantins e Mato Grosso, que é o Estado homenageado desta edição.
Cada estande apresenta o trabalho de artesãos e/ou cooperativas,
compondo um amplo painel da diversidade, da qualidade e da sofisticação do
artesanato brasileiro.Fonte: http://amazonasatual.com.br
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