É provável que você já tenha visto um terrário, mesmo sem nem saber do que se trata. Também chamado de “micro-jardim” ou “floresta encapsulada”, os terrários são ecossistemas em miniatura mantidos dentro de um recipiente de vidro.
A descoberta que originou o sistema se deu no século XIX quando o médico inglês, Nathaniel Ward, fez uma experiência colocando pupas de borboletas e terra em uma caixa de vidro fechada a fim de observar a metamorfose dos insetos. No entanto, o que ele viu foi o surgimento de espécies de plantas que sobreviveram encapsuladas. Esse sistema auto-suficiente foi batizado de “Caixa de Ward” e originou os terrários modernos de hoje.
Atualmente os terrários, fechados ou abertos, têm a proposta de trazer a natureza para bem perto das pessoas e podem ser mantidos em pequenos espaços como o de um apartamento ou um escritório, por exemplo, dando vida ao ambiente. Essa é a proposta da Terrarium Belém.
Nascida a partir de uma disciplina do curso de Agronomia, a Terrarium Belém começou como um hobby até que o seu criador, o agrônomo Daniel dos Santos, resolveu apostar na ideia de investir em terrários e fazer disso um negócio. “Amigos meus pediram, aí amigos de amigos gostaram, foram pedindo e a partir disso eu fui começando a profissionalizar um pouco mais. Então eu criei a logomarca, as redes sociais e eu, que trabalhava só em casa, comecei a participar de feiras voltadas à economia criativa em Belém”, explicou Daniel sobre o surgimento do seu negócio.
A marca já está no mercado desde 2016 e, desde então, se tornou a principal fonte de renda do Daniel que paralelamente desenvolve outros projetos, embora o trabalho com os terrários seja o seu principal foco. “Começou como um hobby, depois virou um trabalho mesmo e é algo que eu faço como muito prazer, como uma terapia, além de me permitir estar sempre em contato com o público”, ressaltou ele.
Mesmo com o prazer que encontra na atividade que desenvolve o Daniel ainda tem muitas dificuldades na execução do seu trabalho, sobretudo no acesso a materiais para produzir os terrários. Além disso, segundo ele, algumas pessoas ainda têm muita restrição com plantas. “Algumas acham bonitas, mas têm receio em comprar, porque têm medo de não saber cuidar... Além disso, há uma barreira, que aos poucos está sendo quebrada em Belém, de muitas pessoas ainda acharem que o produto, por ser artesanal, é considerado como algo menor, sem valor”, disse ele sobre o preconceito que ainda percebe em relação ao produto artesanal em Belém.
E sobre o retorno e o interesse do público por seu trabalho Daniel destaca: “É muito positivo e bem gratificante. Sempre tenho um bom retorno do público e hoje tenho até clientes que se tornaram amigos.”
Para aqueles que ainda não possuem muito conhecimento sobre os cuidados com os terrários, o Daniel deixa como dicas: “Não precisa ter medo. A planta, embora precise de cuidados, ela não vai depender completamente de você. Tem as plantas que são mais adaptadas a determinados ambientes, tem plantas que exigem mais atenção e por aí vai. Se alguém que ter, por exemplo, uma planta que não exija muitos cuidados, os terrários servem para isso. Enfim, tem plantas de diversas espécies que atendem às necessidades particulares de cada pessoa. Então, ela só precisa mesmo buscar essa planta pra ela!”
Por: Lourival Borges
Foto: Camila Lima / Portal Cultura
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