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ÍNDIOS E A HERANÇA DEIXADA AO HOMEM

Eles estão presentes nas ruas, nas travessas, nos bairros do Jurunas, Timbiras, Tupinambás, tribos indígenas que marcaram e marcam até hoje a história paraense. A presença deles está na forma de falar, de se gesticular, de se vestir e se alimentar.
Os povos indígenas são habitantes originais do Pará e ainda hoje, são os que ajudam a entender o universo amazônico, já que estamos falando de povos específicos com um rico e diversificado patrimônio étnico e cultural.
Atualmente, de acordo com os registros, existem cerca de 30 povos no território paraense com aproximadamente 16 mil índios. A maioria desses grupos falam línguas distintas: Macro-jê, Tupi e Karib. São 39 terras indígenas oficialmente reconhecidas e que representam 24,52% da área total do Estado.
Vamos falar sobre o artesanato? Foram os índios a começarem a produzir os primeiros pratos trabalhados em barro e cerâmica. Panelas, vasos, tudo veio de herança dos povos indígenas e aperfeiçoados pelo homem que hoje vive dessa prática para garantir a renda familiar.
Trabalhos marajoaras com traços marcantes de sua cultura, fazem sucesso na região e no Brasil inteiro. Todos querem um artigo marajoara para compor a decoração de suas casas.

As peças confeccionadas, variam de artigos decorativos à acessórios de luxo como brincos, pulseiras, colares e pingentes. Quadros com trabalhos artesanais da cultura local, também são produzidos e comercializados dentro e fora do estado. Em Belém, por exemplo, podemos encontrá-los em feiras, mercados como o Ver-o-Peso, shoppings, Pólo Joalheiro e no aeroporto. E os preços variam bastante, dependendo do lugar que for procurar.
Mas, e o que falar sobre a alimentação? Alguém aqui já comeu farinha de mandioca? Aquela que só existe aqui na região norte e nordeste do país? Sabe como é feita essa farinha? Uma prática bastante comum no interior do estado do Pará, herança dos primeiros habitantes do Brasil, que além da pesca, nos ensinaram muitas outras formas de encontrar e produzir o próprio alimento com o que a natureza tem a nos oferecer.
Sabe-se que, a partir da raiz da mandioca são produzidas as farinhas seca, d'água e mista, a goma ou fécula, o tucupi e a farinha de tapioca. Essa prática de moagem é realizada em pequenas unidades artesanais rurais, conhecidas como casas de farinha, com a utilização de equipamentos bastante rústicos e mão de obra familiar ou de colaboradores locais. Uma prática que foi totalmente herdada dos povos indígenas.
As tarefas, são levadas muito a sério e bem divididas. Geralmente, os homens ficam responsáveis pelo processo de arrancar a mandioca da roça e transportá-la para a casa de farinha. As mulheres e as crianças, raspam os tubérculos e extraem o amido ou polvilho. O trabalho, que se estende pela noite, quando acontece é chamado de, as farinhadas. Mas, não pense que é só trabalho não, como todo bom interior, para alegrar e tornar o trabalho mais agradável, aparece os sanfoneiros, violeiros, dançadores e entre goles de cachaça, café com beiju ou tapioca e muita alegria, o trabalho continua a noite inteira.
Além disso, os índios ensinaram como extrair o suco da raiz da mandioca que é altamente venenosa e transformar em alimento, que é o nosso espetacular tucupi. E o trabalho com a maniva? Precisa ser cozida por sete dias, para que seja eliminado o veneno existente na folha da mandioca e produzida a nossa tradicional maniçoba. Tudo isso foi ensinado por eles, os índios que ensinaram até qual é a melhor época do ano para se plantar a mandioca.
Basta viajar até os interiores como Bragança, Santarém, Altamira e outros, que você vai encontrar famílias que produzem sua própria farinha de mandioca, seu tucupí, suas roupas com tintas tiradas do urucum, que temperam sua comida com o coloral natural, também extraído do caroço de urucum.
Eles, como pioneiros nas terras amazônicas, deixaram muitos ensinamentos ao homem. Aqui, até a forma de subir no açaizeiro, foram ensinados por eles, os índios. Até o sono da tarde em uma boa e velha rede, tudo veio para nós de herança. Uma herança que jamais será morta, mas que sempre passará de geração para geração.
Minha avó paterna era indígena e isso me enche muito de orgulho!
Por Kátia Katia Cabral Vieira

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