A antiga residência oficial dos governadores paraenses
é um exemplo das belezas arquitetônicas encontradas na cidade das magueiras.
Erguido no início do século passado, e instalado em terreno localizado na
antiga avenida Independência, o palacete residencial é em estilo eclético -
recursos do neoclássico misturados a outros elementos estilísticos e
decorativos.
Uma curiosidade é o fato de que o palacete foi alugado
ao Estado para ser utilizado como residência dos governadores Enéas Martins
e Lauro Sodré. Mas, oficialmente, em 1933, o primeiro inquilino a morar foi
o interventor federal Magalhães Barata, quando o terreno foi adquirido pelo
Estado para ser a Residência Oficial do Governador do Pará.
Com o passar dos anos, foram acrescidos à residência alguns elementos como o extenso gradil pertencente ao antigo reservatório Paes de Carvalho, um trabalho em 'art nouveau' da firma inglesa Walter Macfarlane; e o pavilhão Frederico Rhossard (homenagem ao jornalista e poeta paraense), de procedência européia, e que fazia parte do conjunto da Praça da República.
O conjunto histórico sobreviveu até 1981 quando foi
tombado pelo Estado e desativado como residência oficial do governador, em
1992. Em 1995, o núcleo de arquitetos da Secult, coordenado pelo secretário
de Cultura, arquiteto Paulo Chaves Fernandes, iniciou a elaboração do
projeto de restauro e revitalização daquele patrimônio. Foi patrocinado pelo
Governo do Pará, via Secult, em parceria com o Ministério da
Cultura/Mecenato, Embratel, Banco Real e Agropalma, e passou a ser
denominado Parque da Residência. A inauguração ocorreu em 1998.
No projeto, o palacete recebeu minuciosa restauração. Foram recuperadas as linhas arquitetônicas originais, assim como as peças de sua decoração que conseguiram resistir ao tempo: lustres de cristal, mobiliário, entre outros. Também foi revitalizado o busto "Clair de Lune", peça de petit bronze, que estava relegada à condição de ferro velho no depósito do palacete residencial. A peça foi restaurada por Fernando Luiz Pessoa e está exposta no interior do palacete. O brasão das armas do Estado também embeleza a fachada do Parque. Hoje o palacete abriga a sede da Secretaria Executiva de Cultura (Secult), responsável pela administração do local.
Para o jardim foram criados vários ambientes, a começar
pelo orquidário, logo na entrada pela avenida Magalhães Barata. Feito em
parceria com a Associação dos Orquidófilos e a antiga Faculdade de Ciências
Agrárias do Pará (Fcap), atual Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA),
o orquidário expõe espécies existentes na flora pan-amazônica, cultivadas no
viveiro criado na UFRA, especialmente para atender o Parque.
Ao lado do orquidário, o pavilhão Frederico Rhossard é
utilizado para lançamento de livros, apresentação de bandas de música e
outros eventos do gênero. Em seguida, encontra-se um espaço com fonte e
chafariz, flanqueado por bancos, a Praça das Águas. Sentado ao banco, uma
surpresa: a estátua de Ruy Barata, um dosilustres representantes da poesia e
literatura paraenses. A criação e execução foi do artista plástico e
arquiteto Luiz Fernando Pessoa, dando ao lugar o nome de Canto do
Paranatinga, uma referência a um dos sobrenomes do poeta.
Seguindo o rumo da Alameda das Icamiabas, que corta o
parque em toda a sua extensão, mostrando detalhes de desenhos indígenas,
chegamos ao Restô do Parque, que funciona para almoço, com buffet a quilo
internacional, e jantar, com cardápio à la carte, com destaque a pratos
típicos da região.
Mais adiante, outra praça, desta vez a Praça do Trem,
onde está localizado um velho vagão da finada Estrada de Ferro
Belém-Bragança. Foi restaurado e virou a Sorveteria Vagão onde são servidos
os especialíssimos sabores da Amazônia frutas como cupuaçu, murici,
graviola e bacuri.
Na diagonal do vagão está o anfiteatro para apresentações ao ar livre. E, no final da alameda, a Estação Gasômetro, antiga estrutura de ferro inglesa, que pertenceu à Companhia de Gás do Pará. Agora, é um teatro com capacidade para 400 pessoas, onde são apresentados espetáculos de música e artes cênicas. Nas laterais do teatro, o público tem acesso à lojinha de artesanato e produtos culturais, tais como livros e revistas, ao Café da Luz e à Subestação dos Frios.
Na diagonal do vagão está o anfiteatro para apresentações ao ar livre. E, no final da alameda, a Estação Gasômetro, antiga estrutura de ferro inglesa, que pertenceu à Companhia de Gás do Pará. Agora, é um teatro com capacidade para 400 pessoas, onde são apresentados espetáculos de música e artes cênicas. Nas laterais do teatro, o público tem acesso à lojinha de artesanato e produtos culturais, tais como livros e revistas, ao Café da Luz e à Subestação dos Frios.
Nas proximidades da loja mais uma das relíquias que
compõem a história dos paraenses: o antigo cadillac oficial do governo do
Estado, adquirido pelo governador Magalhães Barata, na década de 50, sendo o
único modelo daquele ano existente no Brasil.
Além de representar um belo e agradável local para
passeios, o Parque da Residência é parte integrante do resgate da memória
cultural paraense. Vale a pena conferir.
Serviço - O Parque da Residência fica na Av. Magalhães
Barata, 830 (entrada principal), entre as Travessas 3 de Maio e Castelo
Branco. Há também outra entrada pela Trav. 3 de Maio. Fone: (91) 3219-1221.
Funciona de terça a domingo, sempre das 9 às 23 horas. Entrada franca.
O Restô do Parque funciona das 11h45min às 15h30, para
o almoço e quando não há eventos, das 20 horas às 11h30, para o jantar.
Fone: (91) 3229-8000. A Sorveteria Vagão funciona das 9 às 23 horas. A
Butique Empório das Artes funciona das 9 às 18 horas. Fone:(91) 3219-1211.
Texto: souparaense.com
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