‘O laboratório é o único do Norte e foi criado por meio de uma parceria com o Sindicato das Indústrias Cerâmicas de São Miguel do Guamá. Os trabalhadores vieram até o Senai e sentiram a necessidade de melhorar a atividade cerâmica por lá. A união dos trabalhadores foi tão forte que eles cederam o local onde a unidade foi construída e também ergueram as primeiras paredes da obra’, destaca Dário Lemos, diretor regional em exercício do Senai-Pa. A criação do laboratório foi apenas um dos investimentos do órgão na região, já que a unidade também disponibiliza cursos de informática, mecânica e construção civil para os moradores. ‘Não só a indústria cerâmica foi beneficiada com isso, mas outros setores econômicos também’, completa o diretor.
Atualmente, 46 indústrias de cerâmica já testam seus produtos acabados como telhas, tijolos e tubos no laboratório. O Senai entra em contato com essas empresas e as mesmas enviam a demanda para o laboratório, que realiza os testes sob o mais rigoroso sigilo. ‘Desde a criação do laboratório, mais de 40 empresas já aderiram à certificação do PSQ (Programa Setorial de Qualidade), que tem por objetivo melhorar as indústrias e divulgar as empresas que estão produzindo seguindo as normas da ABNT’, conta. O município de Santarém, no oeste paraense, também deve receber em outubro deste ano outro laboratório de cerâmica vermelha do Senai, com equipamentos ainda mais modernos. A ideia também é potencializar o crescimento do setor na região, que conta com mais de 40 indústrias de cerâmica cadastradas na Fiepa. ‘A exemplo do que aconteceu em São Miguel do Guamá, em Santarém esperamos os mesmos resultados. Todas as empresas vão ser beneficiadas e devem oferecer produtos com mais qualidade para o mercado. Esse é o papel do Senai na contribuição para o desenvolvimento da indústria forte no Pará’, conclui.
De acordo com Antônio Aécio Miranda Lima, presidente do Sindicer (Sindicato das Indústrias Cerâmicas de São Miguel do Guamá), a instalação do laboratório no município ajudou as indústrias não só a oferecerem produtos com mais qualidade, mas contribuiu também para o fortalecimento da mão-de-obra nas empresas. ‘Através da escola do Senai, a indústria da cerâmica também ganhou em termos de qualidade, porque a escola oferece cursos de informática, mecânica e elétrica, além de disponibilizar o laboratório. Mudou da água para o vinho’, explica o sindicalista, ressaltando que atualmente o sindicato tem 50 empresas cadastradas no município e 35 fábricas associadas. Ainda de acordo com Antônio, as indústrias cerâmicas de São Miguel do Guamá vivem um bom momento econômico. ‘A nossa indústria está bem aquecida e deu uma grande alavancada, mas ainda concorremos com os materiais feitos de cimento. Então, por causa disso, estamos procurando saídas viáveis economicamente, como melhor aproveitamento dos resíduos e utilizando outras saídas como o caroço de açaí, que serve como matéria-prima. A indústria da cerâmica vermelha também é a mais viável ecologicamente’, completa ele, destacando que as empresas conseguem escoar 90% da produção mensal.
Postar um comentário